sábado, 30 de outubro de 2010

Continuação do descobrimento do Brasil

especialistas pelo menos
dois judeus:
Mestre João, médico
particular do rei e
astrônomo equipado
com os instrumentos de
Abraham Zacuto, e que
tinha como incumbência
realizar pesquisas
astronômicas e
geográficas; e Gaspar de
Lemos, também
conhecido como Gaspar
da Gama e Gaspar das
Índias, intérprete e
comandante do navio
que levava os
mantimentos, e
justamente considerado
pelos historiadores
como co-responsável
pelo descobrimento do
Brasil.
O judeu Gaspar de
Lemos, primeiro
explorador do Brasil
A importância que
merece atribuir à
participação de Gaspar
de Lemos da expedição
que descobriu o Brasil
ressalta desde logo da
circunstância de haver
decorrido de uma ordem
régia vazada em termos
elogiosos, conforme
refere Gaspar Correia nas
"Lendas da Índia":
"El-Rei entregou ao
Capitão-mór Gaspar da
Gama (Gaspar de Lemos)
, o judeu, porque sabia
falar muitas línguas, a
que El-Rei deu alvará de
livre e fôrro de sua
comédia em terra dez
cruzados cada mês,
muito lhe
recomendando que o
servisse com Pedralves
Cabral, porque se bom
serviço lhe fizesse, lhe
faria muita mercê; e
porque sabia as coisas
da Índia, sempre bem
aconselhasse ao
Capitão-mór o que
fizesse, porque êste
judeu tinha dado a El-
Rei muita informação
das coisas da Índia
mòrmente de Gôa".
Divergindo embora os
historiadores quanto à
origem de Gaspar de
Lemos e à sua vida até
haver entrado em
contato com os
portugueses, a versão
mais aceita é a que o dá
como judeu nascido na
Polônia, de onde foi
expulso ou teve que
fugir em 1450, quando
criança, por não ter
querido sua família
converter-se ao
cristianismo. Após uma
longa peregrinação
através da Itália, Terra
Santa, Egito e vários
outros países, teria
resolvido permanecer
em Gôa, na Índia, ali
adquirindo prestígio e
vindo a ocupar a função
de capitão-mór de uma
armada pertencente a
um rico mouro na ilha
de Arquediva.
Foi nessa ilha que Vasco
da Gama, em 25 de
setembro de 1498, ao
regressar de uma
viagem à Índia,
conheceu Gaspar de
Lemos, que se lhe
apresentou a bordo
como cristão e
prisioneiro do poderoso
Saboya, proprietário da
ilha.
Não tendo conseguido
burlar a perspicácia de
Vasco da Gama, este
depressa forçou-o a
confessar que tinha sob
suas ordens quarenta
navios com instruções
de Saboya para, na
primeira oportunidade,
atacar a frota lusitana.
Paradoxalmente, o
incidente acabou
gerando uma sólida
amizade de Vasco da
Gama por Gaspar de
Lemos, a quem levou
consigo para Portugal,
onde o apadrinhou no
batismo, deu-lhe o seu
nome - pelo que passou
a chamar-se Gaspar da
Gama - e apresentou-o
ao rei, D. Manoel, que o
fez pessoa grata na côrte
e o nomeou "cavalheiro
de sua casa".
*
* *
Na falta de elementos
informativos seguros
sobre o real papel
desempenhado por
Gaspar da Gama no
descobrimento do Brasil,
há quem admita
inclusive que, apoiado
na sua enorme
experiência de viagens
marítimas, tivesse ele
intencionalmente
induzido Pedro Álvares
Cabral a afastar-se da
África por acreditar na
existência de outras
terras na direção oeste
da vastidão dos mares.
Seja como for, e ainda
que sem fundamento
tais suposições
avançadas, permanece
fora de dúvida que
Gaspar da Gama fez jús
ao epíteto de "o
primeiro explorador da
terra", que lhe dá Afrânio
Peixoto, e mesmo ao de
"co-descobridor do
Brasil", que lhe atribui
Alexandre von
Humboldt.

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